Peter Jackson retorna com os contos de Tolkien, desta vez com The Hobbit: An Unexpected Journey, sendo o primeiro de três filmes.
Bilbo Baggins, um hobbit do Shire, começa a contar a história da viagem que teve em conquista de Erebor.
Erebor foi o lar do avô de Thorin, reino rico em ouro e pedras preciosas, e foi conquistado por Smaug, um dragão muito grande e mau. O reino dos anões ficou perdido durante anos e guardado pelo dragão.
Muitos e muitos anos depois, Bilbo encontra-se a fumar sossegadamente o seu cachimbo, quando Gandalf surge e, em conversa, acaba por assustar o hobbit, com uma aventura, viagem inesperada.
O feiticeiro acaba por marcar a porta de Bilbo e à hora de jantar surgem treze anões à sua casa para uma reunião secreta. Balin, Dwalin, Kili, Fili, Bifur, Bofur, Bombur, Oin, Gloin, Nori, Dori, Ori e Thorin, sucessor ao trono de Erebor, invadem a casa e falam da viagem/missão de conquista do lar que perderam. Todos duvidam da vontade do hobbit, mas este acaba por partir com estes, e com Gandalf, na viagem.
Como primeiro obstáculo, encontram-se com três trolls que quase, quase jantam os viajantes não fosse Bilbo ter tamanha esperteza e Gandalf mostrar o feiticeiro que é.
A viagem prossegue, o feiticeiro Radagast encontra-se com os viajantes e informa Gandalf que Dol Gundur manifesta uma presença negra estranha e que viu um Necromante. Como prova, dá a Gandalf uma espada de um dos Nove. Gandalf fica desconfiado e decide continuar com a missão.
Como segundo obstáculo, companheiros de viagem são encurralados por orcs e wargs, que acabam por serem salvos pelos elfos de Rivendell.
Lord Elrond recebe todos em sua casa e, paralelamente, assiste ao conselho juntamente com Gandalf, Saruman e Galadriel. Todos acham importante falar da missão de Gandalf, mas Galadriel não esconde apreensão sobre a sombra negra de que Gandalf fala e de que a missão de Gandalf despertou algo desconhecido.
Os anões partem de Rivendell e, durante uma batalha de trovões, caem nas grutas dos goblins.
Bilbo Baggins separa-se do grupo e acaba por cair no covil de Gollum. A criatura ao capturar um goblin acaba por perder o anel e Bilbo encontra-o e esconde-o na sua algibeira. Gollum descobre a presença do hobbit em sua casa e, entre poder deitar o dente à sua carne tenrinha e ajudar o hobbit a sair de sua casa, sugere um jogo de adivinhas.
Entre trocas nas participações, Bilbo lança a sua última hipótese e pergunta a Gollum o que tem na algibeira, como a criatura não sabe, ganha o jogo e consegue fugir do covil. Gollum fica a odiar o hobbit e Bilbo, num acto de pura piedade, não tira a vida a Gollum.
Entretanto, os anões continuam reféns dos goblins e, mais uma vez, Gandalf salva-os, matando o rei Goblin e fugindo com os treze.
Bilbo e os restantes companheiros acabam por se encontrar fora das grutas e Bilbo prova porque quer estar na missão, porque quer ajudar os anões... por não terem um lar como ele tem no Shire.
A missão continua, mas por pouco tempo, pois pelo terceiro obstáculo surgem orcs que quase tiram a vida a todos.
Gandalf, os treze anões e Bilbo acabam por serem salvos pelas águias e continuam a sua missão.
Peter Jackson começa o filme fazendo uma ponte entre a história do Senhor dos Anéis, posterior a hobbit, com a história de Erebor anterior a Hobbit. Para entenderem melhor, por não lerem o livro, O Hobbit passa-se entre a perda de Erebor para Smaug e a história do Senhor dos Anéis. É a história em que faz parte Bilbo encontrar o anel Um, mesmo sendo uma história secundária, explicada diversas vezes no Senhor dos Anéis. Jackson ao apresentar o prólogo pela visão de Bilbo faz o espectador entender o porquê da viagem, elementos de ligação com diversas histórias e o papel de cada um.
A acção decorre a um ritmo apropriado para quem ambiciona realizar três filmes, mas surgem cenas de acção demasiadamente rápidas e quando temos noção já o machado está na cabeça dum orc ou já estão todos a fugir ou Gandalf salva a situação.
Na perspectiva 2D funciona assim, nas outras não opino!
Jackson apresenta mais pormenores do Shire, das características dos hobbits, juntamente com deslumbramento de paisagens mais solarengas, menos perigosas do que no Senhor dos Anéis. O filme dura três horas e mostra tudo a seu tempo, mesmo por vezes, acelerando quando merecia mais algum destaque, como o caso do salvamento das águias.
Ao nível das personagens, apesar da história ser sobre anões, o herói e rei sr Thorin, o protagonista é Bilbo. Martin Freeman interpreta o pequeno hobbit na sua mais pura simplicidade, justifica porque o hobbit foi escolhido e no que talvez seja capaz de fazer. De "Baggins from Baggin" a "Thief!", Martin aos poucos apresenta o crescimento da personagem e a astucia que tem. Galadriel pergunta mesmo a Gandalf o porquê de escolher o "haffling" e Gandalf responde que para derrotar algo o ser mais pequeno pode ser útil, já sabia mais do que imaginava. Martin é o Baggins antecessor do anel e posterior do anel e tem de apresentar essa personagem! É o Bilbo que poupou a vida a Gollum e acarretou a importância desta personagem futuramente e a que guardou o anel durante 60 anos até ser chamado de novo pelo dono em Senhor dos Anéis. Espera-se muito de Martin Freeman!
Quanto a Gandalf, Ian McKellen apresenta-se fiel à personagem mais aventureiro e com pouca noção que há mais para lá da missão. Apresenta-se com menos fogos de artifício, mas mais consciente do seu papel de feiticeiro, das pessoas que o rodeiam. É um prazer ver esta personagem ter mais destaque!
Quanto aos anões, Thorin é o mais presente, muito à imagem de Aragorn, mas Kili, Fili, Balin e Dwalin também têm um papel importante de conselheiros e protectores. Foi pena Peter Jackson não destacar mais os restantes, mesmo que no livro também não surgirem muito. Juntos são cómicos e criativos, e podiamos conhecer mais das suas características individuais.
Radagast é um feiticeiro de um nível diferente de Gandalf, mas anima a história enriquecendo-a, é brilhantemente interpretado por Sylvester McCoy e toda a maquiagem à sua volta é muito bem conseguida... ele tem um ninho na cabeça!!!
Por último, Galadriel, Lord Elrond e Saruman têm menos tempo de cena, mas Galadriel está fantástica e Saruman já aponta algum dualismo.
Sendo esta uma história que cresce, do ser mais pequeno do mundo para uma batalha gigantesca, resta esperar pelo que o realizador nos irá apresentar!
Smaug assusta!