quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Razões para ver... Love
Filme francês de Gaspar Noé, que apresenta actores novatos como Karl Glusman, Aomi Muyock e Klara Kristin e aborda o drama nas relações amorosas e sexuais.
Murphy é um jovem completamente frustrado com a vida que leva com a mulher Omi e com o filho, Gaspar de 2 anos.
Anos antes, um estudante americano em Paris conheceu a jovem pintora Elektra. Envolveram-se emocionalmente e fisicamente até que, partindo de um envolvimento com uma terceira pessoa, Omi, eles separam-se.
Vive dia após dia, até que a mãe de Elektra, lhe liga para perguntar pela sua filha desaparecida.
Como está sem contacto com a mesma há anos, Murphy entra numa nostalgia sexual e amorosa que o encaminha para a decadência. Todos os momentos vividos com Elektra são relembrados, desde discussões a relações sexuais, de consumação de drogas a traições mútuas. Surgem várias cenas de sexo explícito entre os dois, desde sexo oral, a ménage, entre outros. Os momentos vão sendo narrados pela sua voz deprimente, e Murphy vai estabelecendo paralelos entre a sua relação presente com Omi à relação com Elektra, que acha mais perfeita. É uma relação apresentada com vários momentos de obsessão, discussões diversas, não sendo saudável.
Há um "back" e "foward" na história, mas a presença do passado sexual com Elektra está sempre na mente de Murphy.
Love tem uma forte componente sexual. Aliás todo o filme anda em volta do sexo, a roçar o pornográfico. Apesar de ter um título que caracteriza por ser uma história de amor, este apenas é visto fisicamente. Gaspar Noé apresenta-nos personagens muito densas, complexas, cheias de raiva e decadentes.
Actores com menos experiência apresentam-se em cenas de cariz emocional e físico muito marcantes. Há a representação do que o amor pode levar ao extremo: violência, agressividade, ilusão, tensão sexual... Os actores, pelas personagens que interpretam nunca chegam a cativar o espectador pelo amor que acham que sentem.
Karl Glusman é um actor que apresenta uma personagem sofrível, chegando ser monótono em algumas cenas. Aomi Muyock destaca-se pela forte personalidade que dá à sua personagem, sendo carinhosa tanto como agressiva. Ambos querem apresentar um amor, mas isso assemelha-se mais a um contacto físico obsessivo que têem. É de louvar a exposição de nudez que apresentam, assim como a ligação durante as cenas muito sexuais.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
The Plumage Cape
Capa feita em 3D por Love & Robots e a designer Niamh Lunny para a Semana de Design Alemã. Será também exibida na Semana de Design Irlandesa. Pesa à volta de 800gr e custa 6000€.
Razões para ver... 007 Spectre
007 Spectre é o quarto filme de Daniel Craig e segundo da parceria com Sam Mendes. Sucede a um Skyfall muito bom e que enfrenta muitas expectativas.
Spectre apresenta, na sequência inicial, James Bond no Festival dos Mortos, numa cidade do México. Com alguma ajuda feminina, persegue um vilão e acaba por fazer explodir, como bem sabe, um grande edíficio. Com a fuga do vilão num helicóptero, Bond apodera-se do veículo e afectua umas acrobacias impressionantes. Como recordação, toma posse dum anel, com um símbolo misterioso, que pertencia ao vilão.
Sem prontamente revelar, Bond está numa missão incutida pela falecida M. E sem saber com quem pode realmente contar, Bond acaba por ser afastado do MI6. Ao ser afastado, Bond pede ajuda a Q e a Moneypenny, que investiguem o anel e as pessoas relacionadas com aquele estranho símbolo.
Paralelamente, surge um programa imposto por C, que permite troca de dados entre agências de forma a excluir agentes no terreno. M está sob uma grande pressão, com um agente desregrado e com um superior que pretende desmantelar a agência que dirige.
Em Roma, Bond conhece a viúva do vilão, Lucia Sciarra, que lhe indica uma reunião secreta, à qual o seu falecido marido deveria atender. Bond assume o seu lugar e enfrenta os seus inimigos. A sua presença é notada por Blofeld, cabecilha da organização Spectre, mas acaba por fugir, com mr. Hinx à perna.
É nos alpes austríacos que acaba por descobrir o "desaparecido" Mr. White, que lhe revela que Spectre é uma organização muito poderosa e que se quiser vencer tem de contar com a sua filha, Madeleine Swann. Bond parte para a proteger e obter informações, mas Mr. Hinx chega primeiro.
Entre explosões e lutas, Bond resgata Madeleine e leva-a para Marrocos. Aqui, descobrem a localização da organização e é onde o gelo entre ambos começa a quebrar.
Bond e Madeleine acabam por ir ter com Blofeld, mandam a sua agência física pelos ares, mas o vilão escapa.
Bond acaba por, finalmente, perceber que Blofeld é seu "irmão adoptivo" e que foi o culpado de todo o seu sofrimento no passado. Mr. White, Le Chiffre, Dominic Greene foram membros da organização e obedeciam a Blofeld.
Numa corrida contra o tempo até Londres, Bond, Q, Moneypenny tentam desmascarar C, colaborador de Blofeld e acabar com o plano de do cabecilha de Spectre de controlar a informação das agências.
Bond e Madeleine juntam-se, no final, por amor.
Spectre apresenta a conclusão da história, que começou com Casino Royale. O filme tinha tudo para terminar de forma coerente e completa, porém, ficam algumas pontas soltas e pouco significativas para o entendimento do público.
As sequências são demasiado rápidas para compreendermos o que Bond está à procura e a sentir. Começa de uma forma parecida como os antecessores, procura de vilão, encontro com uma bond-girl part-time, encontro com mais vilões e encontro com uma poderosa e apaixonada bond-girl. Bond, neste aspecto, merecia mais emoção, mais densidade, presentes em Skyfall e Casino Royale. Mas, para os fãs das origens de Bond, este volta ao agente frio e implacável.
Ao nível das cenas em cidades míticas, são impressionantes as imagens nos alpes, em Roma e em Marrocos apenas sentimos um "cheirinho", mas a cena na cidade do Festival dos Mortos é simplesmente espectacular. Talvez das melhores cenas do filme! Sam Mendes apostou numa entrada em grande...
Quanto a Daniel Craig, tal como disse, está mais frio, mais objectivo e mais "eu tenho de descobrir isto e salvar o mundo e pronto!". Bem ou mal, Bond é assim, mas Craig habituou-nos a um Bond mais humano, mais sentimentalista e mais genuíno. O Bond de Skyfall e de Casino Royale é diferente deste Bond.
Craig marca pela cena de luta brutal com Baptista e este é um vilão físico ao nível dele. Chegamos a temer pela vida dele, MESMO!!
Quanto às bond-girls, bem, sou uma fã da Mónica Belluci, embora ela tenha uma presença limitada no filme. Mónica convence e só tenho pena de não ter sido a principal girl de Bond. Preenche o ecrã, é sedutora, é envolvente e muito convincente. Já Léa Seydoux é mais fria, que gelo com Bond. Não vejo química, não vejo ligação com a personagem. Peço desculpa aos fãs, mas não cativa no ecrã e todo o amor que diz sentir por Bond, cresce muito frágil. É a chamada personagem "sem sal".
Posso dizer também que gosto muito deste novo Q, Ben Whishaw, é muito miúdo face a Bond, mas é cómico, muito sarcástico e consistente. Tem uma ligação maravilhosa em estimar o Aston Martin, mas Bond trama-o!
Baptista não é conhecido por ser uma grande actor, é apenas pelo físico, e assim se apresenta. Poucas frases, quase nulos diálogos, mas ultrapassa isso com grandes momentos de confronto físico. Bem, nisso está muito bem!
Christoph Waltz era muito aguardado como vilão, talvez por papéis anteriormente interpretados. Como personagem, saltita entre as cenas do filme, revelando pouco de si. Só quando surgem os dois últimos confrontos finais, se conhece melhor a dinâmica personagem, mas torna-se insuficiente. Para uma personagem tão importante na conclusão desta história e como principal causador do mal que Bond sente, não tem o tempo necessário de antena.
Obviamente, é um grande filme que entretém, que possibilita ver, mais uma vez Bond no Aston Martin, com bond-girls muito bonitas e com uma conclusão aceitável, embora não completa.
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