“A CRISE É MINHA TUA E NOSSA
Ainda não saíram as estatísticas de 2008 mas adianto: neste Natal, compraram-se menos MP3, telemóveis e consolas de jogo. Em Portugal e no mundo. Isso não é bom para ninguém mas em Vila do Conde há quem se preocupe ainda mais. É lá a fábrica da Qimonda, que emprega 2 mil pessoas. Foi graças a ela que, pela primeira vez, vendemos mais tecnologia do que importámos. A Qimonda é a maior empresa europeia de montagem de "produtos de memórias". Li isso num panfleto e traduzo: faz coisinhas para aqueles presentes de Natal de que falo acima. A Qimonda é mesmo importante, é o maior exportador português. A empresa-mãe é alemã e, tendo investido cá, é o exemplo de como a globalização é boa. Acontece, agora, que a Qimonda alemã ia à falência não fossem 325 milhões injectados pelo Estado alemão e por um "banco português" (100 milhões). É, a globalização não são só rosas... Em Vila de Conde, os sindicatos dizem que não se peça mais sacrifícios aos trabalhadores. É a sua função: defender o seu lado. Mas eu peço-lhes mais sacrifícios, a eles e aos patrões da Qimonda. É a minha função: defender o meu lado. É, o "banco português" é o meu Estado.”
Ainda não saíram as estatísticas de 2008 mas adianto: neste Natal, compraram-se menos MP3, telemóveis e consolas de jogo. Em Portugal e no mundo. Isso não é bom para ninguém mas em Vila do Conde há quem se preocupe ainda mais. É lá a fábrica da Qimonda, que emprega 2 mil pessoas. Foi graças a ela que, pela primeira vez, vendemos mais tecnologia do que importámos. A Qimonda é a maior empresa europeia de montagem de "produtos de memórias". Li isso num panfleto e traduzo: faz coisinhas para aqueles presentes de Natal de que falo acima. A Qimonda é mesmo importante, é o maior exportador português. A empresa-mãe é alemã e, tendo investido cá, é o exemplo de como a globalização é boa. Acontece, agora, que a Qimonda alemã ia à falência não fossem 325 milhões injectados pelo Estado alemão e por um "banco português" (100 milhões). É, a globalização não são só rosas... Em Vila de Conde, os sindicatos dizem que não se peça mais sacrifícios aos trabalhadores. É a sua função: defender o seu lado. Mas eu peço-lhes mais sacrifícios, a eles e aos patrões da Qimonda. É a minha função: defender o meu lado. É, o "banco português" é o meu Estado.”
Ferreira Fernandes no Diário de Notícias
É mais que uma frase, é um conjunto. Acho fantástico ser a empresa que mais exporta em Portugal, mas na que os empregados chegam a trabalhar 12 horas. São os prós e os contras de uma empresa que quase faliu e se ainda estará de “pé” por alguns tempos é graças à injecção de capital da nossa CGD, que também levou uma injecção do Estado.
Curioso, não?! Uns a injectarem nos outros e quem injecta no “sítio” de onde vem tanto dinheiro??
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