sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Shame on you...




"É tudo mentira. Fui obrigado a mentir, o Carlos Cruz é inocente (...). O dr Abrantes nunca esteve em Elvas, nunca esteve em lugar nenhum. (...) Nunca lhe levei rapaz nenhum. Ninguém é culpado. Juro por Deus que eu próprio nunca, mas nunca, nunca abusei de ninguém. Fui obrigado a mentir. Estava sempre drogado. (...) Durante mais de três anos não soube o que era dormir e não me lembro da maioria das coisas. Só agora, que deixei a medicação, é que estou a aperceber-me do que me fizeram. (...) Paulo Pedroso meteu-me um processo por difamação e eu vou ter de lhe dar razão. Não vou acusar mais nenhum inocente. Lembro-me que ainda tentei dizer a verdade em tribunal, mas a juíza, o procurador e o meu advogado não me deixavam."

Carlos Silvino, em entrevista à revista Focus

Ao fim de 8 anos, desde a denúncia, às inquirições, às prisões preventivas, ao julgamento e leitura da sentença, Carlos Silvino, um dos principais envolvidos neste processo, acusado de mais de 600 crimes, anunciou em entrevista que todos os acusados estão inocentes e que ele próprio também não cometeu nenhum dos crimes. O procurador responsável deste processo irá ser ouvido por Pinto Monteiro no que toca a este tema. Os restantes acusados manifestam as suas opiniões, nomeadamente Carlos Cruz que indicou que o que diz "Bibi" é verdade.
Ao fim deste tempo todo, perguntamos o que será verdade e mentira?
Em todo o processo, houveram manifestações por parte dos arguidos em descredibilizar as vítimas e os seus testemunhos, estas sofreram ameaças e ao fim destes anos, todos foram condenados, com excepção de Gertrudes Nunes.
Carlos Silvino foi uma testemunha, apesar de ser acusado, chave para incriminar os restantes e confirmar que realmente os abusos foram efectuados, mas agora vem a público dizer que é tudo mentira, que estava medicado e que foi obrigado pela polícia e pelo seu antigo advogado, José Maria Martins. Afirma em entrevista que "o importante era condenar os outros".
Pedro Namora, antigo casapiano, já manifestou que Carlos Silvino já o tinha informado que mudaria de estratégia, pois tinha uma pena pesada para cumprir.
A questão que se coloca agora é o que irá acontecer às vítimas, que se pensava que estavam descansadas com o desenrolar do processo, mas que estão a ser perseguidas e ameaçadas para dizerem este tipo de revelações. Os condenados continuam com os seus recursos, adiar as penas, e a manipular os olhos, ouvidos e pensamentos dos portugueses, com os discrusos de inocentes. É inadmissivel que, ao fim deste tempo todo, que haja mais uma tentativa de reviravolta do processo, quando há muito que os portugueses acreditam que algo de muito estranho se passou com aquelas crianças e com estes senhores e que os que sabem e deviam falar, Catalina Pestana, Pedro Namora e as vítimas têm de ser silenciados, enquanto que estes senhores continuam em praça pública a vangloriarem-se que são eles as vítimas.

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