Realizado e protagonizado por Joseph Gordon-Levitt, Don Jon conta também com Scarlett Johansson e Julianne Moore.
Jon Mortello é um rapaz estilo "Jersey Shore", preocupado com o corpo, os amigos, a sua privacidade, a sua religião, com a miúda top 10 que engatará no bar e com porno.
O jovem vive obcecado com porno, sendo a sua vida rodeada com imagens, vídeos e análises de miúdas de discotecas entre 5 (minímo) e 10 (perfeita). A sua vida é uma rotina entre porno de manhã, trabalho, ginásio, porno, missa, almoço de família, porno e engate de miúdas! Nada lhe dá mais prazer! Um engate nunca o satisfará mais do que ver miúdas na pornografia e a sensação de se perder naquele prazer superficial.
Isto vai ocorrendo até conhecer a miúda perfeita: mamuda, curvilínea, linda, sensual, Barbara. Barbara é tudo o que Jon sempre desejou e faz de tudo para a conquistar. Mas, há um senão! Ela não tem relações sexuais com ele e entre a inscrição de curso, apresentação aos pais, noites e dias de porno, ele namora com a jovem e esta vai conseguindo tudo o que deseja, um namorado/futuro marido.
A vida baseia-se nisto, na tentativa de criação de uma relação em que os dois nada têm em comum. O seu namoro é tudo o que acha que deseja, mesmo já perdendo o interesse na namorada, depois do acto consumado.
Jon, no curso, acaba por conhecer Esther, uma quarentona, que o apanha a ver porno. Este reage com admiração quando percebe que ela acha isso natural.
Barbara, pelo contrário, apanha o seu histórico no computador e termina com o namorado por este ver porno a mais! Jon acaba por admitir que tem um problema e entre desabafos e conversas banais, envolve-se com Esther.
Esther acaba por se revelar tudo o que o jovem sempre quis: aceitando-o como é, fazendo-o crescer sexualmente e emocionalmente e, mesmo a diferença de idades sendo alguma, Jon percebe que Esther é alguém que Barbara nunca seria, um amor!
Inicialmente, o filme apresenta-se um pouco agressivo, pois Gordon-Levitt aposta muito em imagens e filmes pornos, que mesmo não sendo completamente explicítos, ainda chocam o público. Ao longo do filme, vai expondo as fragilidades de um mundo superficial de emoções e em que o prazer da masturbação é a única solução para a futilidade desta vida. Nisso, Gordon-Levitt está de parabéns! O culto ao corpo e a dicotomia fantasia/sexualidade vs amor estão sempre presentes.
Como realizador e produtor, Gordon-Levitt contruiu uma história sem monotonia, com vários pontos hilariantes, sem cair no forçado. É uma história que realmente começa mal, mas que acaba bem.
Como actor, Gordon Levitt apresenta um Jon frio, egoísta e ingénuo, pois este acredita numa relação sem ligação e acha que ver porno é como ter uma relação. A dinâmica Jon-Barbara e Jon-Esther é completamente diferente, pois na primeira relação há um Jon superficial, imaturo, manipulado e preocupado apenas com a sua satisfação e na segunda relação há um Jon mais maduro, quente, envolvente, calmo, coerente e com muito amor para dar. Gordon-Levitt sabe evoluir a personagem e assume-a com defeitos graves mas, com capacidade de os moldar.
Barbara, Scarlett Johansson, é a típica personagem da actriz, sexy, loira, sedutora e fútil. A actriz não traz nada de novo, sendo já um cliché quando a vemos no cinema. (não sou grande fã, admito)
Esther, Julianne Moore, é uma personagem descontraída, mesmo tendo muita tristeza, jovial, cómida e cheia de um amor sincero e credível. Apesar de surgir mais tarde na história, preenche no ecrã, ajuda a personagem Jon a evoluir.
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